Pensa no mais vasto espaço que consigas imaginar
Posiciona-te ao centro, precisamente
Nem um horizonte avistarás
Retira da integralidade todo o objecto, um a um
Suprime o tom violeta, o vermelho e o branco e toda a
remanescente cor
Por um momento preserva somente um negro incolor, até
que também este se dissipe
Segmenta do som todo o timbre, inibe qualquer ruído,
a tua im-própria pulsação
Da percepção elimina a evidência restante
Anula a memória e a posteridade incógnita
Liberta o corpo do seu constrangimento
im-próprio
Encerra o olhar, suspende a respiração
Finalmente rompe o pensamento, inteiramente
Este processo da morte descrito poeticamente tão
ResponderEliminarexcelente, segue como uma guia na meditação da
morte do pensamento, o silêncio na meditação é
esta vivência, atingir a negação do eu, com a
morte dos pensamentos, um distanciamento total
da existencialidade das coisas.
Com a bela declamação do Poeta, sedimenta o Poema
no seu espaço criativo, o eco da imaterialidade
das palavras que se constituem este vazio meditativo!...
Apreciei muito (uma originalidade no conteúdo, na forma,
na inspiração...) Filipe!!
Outro início se revela no passo a passo da Morte.
ResponderEliminarRetirar tudo e deixar o espaço para que em algum lugar, em algum verso, o multiverso da poesia exploda outra vez!
Extraordinário como sempre, Filipe. A declamação dá o tom da severidade e sentimentos do poema.
Beijo!
Quão doce e suave a morte em suas palavras.
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