| Do tempo | vasto | a mais sucinta ilusão |
A ordem das coisas é catastrófica
E incógnita é | sua dispersa disposição
A causa das coisas evola-se em sua intangibilidade
Assim | insondável | permanece a procedência que causa
Assim | insondável | permanece a procedência que causa
E assim permaneço | num cíclico ressurgimento
No traço | vertical | de um
círculo inacabado
O pretérito é princípio | na incerta medida do passado que lhe sucede
| No antepassar da desordem que | ordenadamente | o persegue
No interior de um círculo inacabado |
concebe-se | circuncêntrica | irregular espiral
concebe-se | circuncêntrica | irregular espiral
Numa dialéctica fragmentária |
o tempo tangencial descreve-se numa infindável circunferência
o tempo tangencial descreve-se numa infindável circunferência
| infinitamente fragmentada
| dubiamente
tangente
| Do tempo | devastado | o mais
longo rasto |
Procedo de uma idade procedente
Subsisto | num deslocamento inerte
Na perenidade | remota | de uma demora circular
No crítico reordenamento do tempo | inevitável |
Amigo, Filipe:
ResponderEliminarO tempo,o espaço ... o relógio que de atrasado confere azar ... que de adiantado nos coloca antes do lugar ... minhas ternas e eternas "obsessões" paixões ... num poema "inevitável" em versos de todo o tempo - passado, presente e futuro.
Abraço.
Das eras uma visão (miragem)
ResponderEliminarA desordem é ordem e vice-versa
Um mistério vasto,
Como um Universo intangível
Um mundo oculto…
Um mundo etéreo, que se divide
Em tudo o fomos e seremos
Como uma linha que traça
Aliás como tu próprio escreves:
“No traço | vertical | de um círculo inacabado”
Inacabados são todos os pretéritos
Por não podemos mudar nenhuma circunstância
O que acaba recomeça como maré
Ou o dia e a noite
Ainda que seja sempre diferente cada caminhar
É sempre uma continuidade
Vivemos várias vidas na mesma
Deixando histórias, marcas
Memórias
Avançamos contra nós mesmos
É inevitável para uma cíclica continuação
Para uma plena continuação em construção
Interior
E um novo sonho
Um poema denso, filosófico
Que entra dentro de todos as eras
Até uma nova.
Tua poesia inspira sempre
Fazendo-me demorar sobre ela.
Gostei imenso!
Beijinho
Um poema que vai para além de todos os tempos e de todas as palavras. de todas as vidas que tivemos ou teremos.
ResponderEliminarSimplesmente...sublime.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
"A ordem das coisas é catastrófica
ResponderEliminarE incógnita é | sua dispersa disposição" - Verdade, se até o Big Bang foi caos!
Belíssimo poema!
Um abraço
Felipe, passei por aqui e me deparei com seus escritos.Poema, que a cada verso nos traz a necessidade de refletirmos sobre o Universo, que é também o universo de nossa vida.É um poema que nos leva a transcender, nos leva além deste tempo aqui, na Terra. Gostei. Tenha um lindo dia.Abraços!
ResponderEliminarNo traço vertical a cor do poema inacabado
ResponderEliminari
d
d
e
s
que serão algarismos aleatórios na circunferência do caos.
Poeta
ResponderEliminarHoje passando para desejar uma Feliz Páscoa , plena de amor e paz, junto de todos que te são queridos.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Não me esqueci do teu blogue. Cá virei para comentar como gosto. Ainda não tive aquele tempo que reservo para os teus poemas. Não quis deixar de te desejar um ótimo domingo dePáscoa.
ResponderEliminarBjo , Filipe
Um poema de profundidade e complexidade filosófica,
ResponderEliminarque permeia o verso numa inquietude questionadora do tempo,
como paradigma existencial.
Vejo a verticalidade como metaforicamente um traço
singular na dança da mandala do universo...
Assim, a tua marca poética hipnotizante ecoa, Filipe!
Bjo, Poeta.
" E assim permaneço | num cíclico ressurgimento
ResponderEliminarNo traço | vertical | de um círculo inacabado"
A vida é mesmo isso... Um círculo inacabado. Sempre perfeito, querido.
Beijinho.
um poema pra ler e reler...
ResponderEliminarbjo.
Talvez um dos poemas de cariz mais filosófico, quase silogístico.
ResponderEliminarDetenho-me no 1.º verso: apesar da vastidão do tempo, a ilusão dele mal se aflora à (nossa) mente.
Partindo do princípio de que há uma certa ordem das coisas, interroga-se, o sujeito poético, sobre a causa do caos da desordem, considerando que as coisas que tomamos como verdades, se movem numa circularidade, como se foram ciclos (caso das estações do ano).
Não fora a ação do Homem e talvez a desordem que alguns fenómenos (a cada dia se descobrem novos dados sobre o Universo, reduzindo-nos à nossa ignorância) causam , se regenerasse de per si.
Um poema em que também se pode fazer uma leitura que remete para o transcendental, para o que será sempre intangível à nossa compreensão …. (Confesso-me completamente leiga nestas matérias. Estou-me sempre a surpreender com descobertas sobre este Universo).
Da estrutura do poema, apenas direi que cada vez mais atentas nos pormenores, ensaiando traçados, apurados, abrindo caminho a novas “coreografias” na arte poética.
Sempre um prazer e um desafio a tua poesia,
Bjo, amigo Filipe :)
Magnífico!!!
ResponderEliminarTanto que aqui foi dito...
A mais sucinta ilusão vem do vasto tempo,
ResponderEliminarporque em mim, a ordem das coisas é catostrófica, desigual
e sua disposição é uma incógnita sempre dispersa.
A causa das coisas é intangível e insondável é a sua procedência...
Eu sou a que procede
A tudo que foi bom
A tudo que fez bem
A mim e assim
Permaneço,
ressurgindo,
círculo inacado...inacabado círculo.
O príncípio que vive na incerta medida do pretérito.
O princípio que sucede ao passado.
Esse antepassar da desordem que ordenadamente me persegue.
Sou o interior de um círculo inacabado,
concebe-se a circuncêntrica espiral irregular, tão desigual quanto eu, tão sonhadora...cá e lá...como eu.
Numa dialéctica fragmentária
o tempo me descreve
tangencial circunferência
Numa dialéctica fragmentária |
o tempo tangencial descreve-se numa infindável circunferência
infinitamente fragmentada
Procedo de uma idade procedente
Subsisto | num deslocamento inerte
Na perenidade | remota | de uma demora circular
No crítico reordenamento do tempo | inevitável
Ajeitando um pouco a ordem das suas coisas, me desnudo sem eu poético. É o que os escritores fazem com seus leitores. Parabéns, Filipe. Belo demais a tua escrita.