Do solo sustenho a
superfície que sustém meus insustentados passos
O gravítico
constrangimento que me amarra à terra
A insustentável deserção
de uma órbita incircular
Sem prosseguir prossegue
o tempo
Seguidamente usurpando sua
utópica cronologia
Num flamejar d´etérea
perenidade
Inflamam-se as chamas inertes
Ateiam-se os fogos perpétuos
Interdiz-se a
circunstancial cinza de uma luz carbonizada
Sem prosseguir o tempo
prossegue
Sucessivamente
subvertendo seu andamento
Abre-se a sede num verso
brevemente ardente
Seivas-correntes
escorrendo convoluto corpo
Intimamente indagando seu
interrompido movimento
Num sopro o sopro recua
Sem respirar, contrai-se
o corpo ofegante
Sem prosseguir prossegue
o tempo
Adiantando a inadiável ceifa
da raiz
.
Querido Poeta
ResponderEliminarO tempo passa sem esperar por nós...mas as palavras são eternas, mesmo depois do corpo ser raíz.
Um beijinho com admiração
Sonhadora
Muito bela a (tua) forma de expressão poética sobre a impermanência
ResponderEliminarda vida, a fragilidade do tempo presente diante da
"inadiável ceifa da raiz" (morte).
E a vida continua na urgência de ser no tempo sempre presente...
Gostei imenso deste teu poema,pois com a (tua) excelência
já conhecida, a profundidade filosófica,ele vai além, tem uma
musicalidade que evoca um sentir dorido,como um sopro
que transcende num choro que lentamente permanece...
Bjo.
Como árvore milenar sustendo-se ao vento
ResponderEliminarSabendo que as tempestades sempre voltam
Agarrando-se á terra Sem querer indo…
Com a passagem do tempo
(O tempo é fogo que arde
Chamas que apagam)
Sonhos que respiram na memória do sol
Um tempo onde o tempo não é tempo
(não sabe da manhã ou noite, só existe)
Mas, Ainda é tempo de permanecer de ser
(Uma vez mais)
Uma vez mais
Adiantam-se as horas
Morrem todas as esperas…
Um poema onde a vida é protagonista
não é sempre?
existe sempre um fim ou talvez não…
Vi este teu poema de duas formas vida, meio e fim
Ou um outro, de amor que corre como seiva pelo corpo
Ofegante
Como escrita dentro da escrita.
Por isso tenho tanta admiração pela tua poesia
Há sempre algo que ultrapassa…
Um prazer ler-te
Beijinho
Na terra assentam os nossos passos, no tempo retardamos a essência da alma. Contudo prosseguimos, absorvendo os instantes no verso plasmados. O tempo tem o condão de nos esvaziar, sem darmos conta.
ResponderEliminarRepito-me: o cuidado e adequadíssimo léxico, a reflexão filosófica sobre a existência terrena, a peculiaridade da tua poesia.
Mais um poema de excelência, amigo Filipe. Um enorme prazer ler-te.
Bjo :)
O inadiável invisível e o todo absoluto. Filipe, é um prazer ler-te. bjs
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