«Todo o compasso tem um hiato
Um intervalo que interrompe o tempo
E o devolve como
espaço adverso
Ao verso»
As rotas são redundantes
Elipses em indeterminantes determinâncias
As derrotas são angulares
Traços em oblíqua supressão
Todo o movimento é ilusório
Passo estático em
aparente progressão
«Ambíguas são as dualidades e
as insensatas fugas
Contíguas distâncias que se formam
quando sofridos sopram
os ventos
Interrompendo o tempo
I n t e r r o m p e n d o o t e m p o »
Utopia silenciada na sombra da palavra
A voz irrompe da obscuridade
como áspera face
reinventando a raiz do mundo
O conhecimento é iminente transigência
Inconstante discordância em constante descontentamento
Todo o poema é um lugar estreito constrangido ao lugar-comum
«No silêncio o
verso entardece»
.
E no intervalos dos teus poemas, a espera e a preparação para grandes emoções, assim, como todo artista se prepara para um grande espetáculo, a nossa alma também recebe um trato espiritual para receber os seus versos que nos amanhecem.
ResponderEliminarBelo, Filipe, como lhe é peculiar.
Beijo, Poeta!
;)
Bons ventos esses...que de intervalo em intervalo, nos trás seus versos.
ResponderEliminarBjos.
A tua poesia ocupa um espaço ímpar... As palavras
ResponderEliminaralquimicamente provocam revoluções interiores, desnudam a
superficialidade dos sentidos e rearrumam os
significados mais profundos e paradoxais do Ser-Estar
no vazio do mundo.
A tua poesia,amigo,é um todo preenchido de um brilho
eterno,renascida a cada leitura pelo o fascínio ao incomum...
"Todo o compasso tem um hiato
Um intervalo que interrompe o tempo
E o devolve como espaço adverso
Ao verso."
Feliz fico toda vez ao ler-te!
Bjo.
Mas escreve-se um poema no tempo...Porque o tempo tem que ser interrompido para brilhar com sonhos e fantasia...
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Nada é definitivo.
ResponderEliminarNão é definitiva a opacidade da sombra
ainda que o tempo envelheça
cá dentro
e os olhos caminhem devagar.
Carisma e excelência são aqui,
na tua poesia.
Obrigada, Filipe :)
O tempo que interrompe o tempo
ResponderEliminaros espaços inversos ao caminho
todas a rotas são como barcos deixados ao vento,
difusas que emergem na obscuridade,
duas ruas escuras incertas
onde o sonho é vela,
revelando inscritas sombras,
Sem luz nenhuma palavra se vê
Esmorecem como “colhida rosa”
Mais uma vez, ou será sempre?
Sim, é sempre, tua poesia excepcional que faz viajar pelos espaços
da imaginação.
Adorei.
Beijo amigo
Todas as rotas apresentam espaços que o poeta preenche para o deleite de seus leitores. Lindo! Bjs.
ResponderEliminar«No silêncio o verso entardece»
ResponderEliminarA tentativa de calar as palavras é infrutífera...mais tarde ou mais cedo elas soltam-se e agrupam-se alheias à nossa vontade mas em consonacia com o que sentimos, e nessa amalgama de letras , criteriosamente ordenadas faz-se luz...faz-se alma. O verso entardece no silencio, porque o barulho afugenta-as!
Beijinho Filipe , mais uma vez rendida a este espaço.
Um poema que nem cabe comentar... fico presa
ResponderEliminarem admiração. (sou fã)
bjs
Vania Lopez
Constata a palavra, numa beleza sublime.
ResponderEliminarMuito bom lê-lo!
Abraço
cvb
O tempo, que num tempo cantado
ResponderEliminarnoutro, perplexa a voz que o cala
Que o recolhe e embala
Em palavras, no circulo encantado...
Poeta
ResponderEliminarCada palavra é o som de um violino dedilhado silêncios sem memória na espuma das horas e diluindo-se nas mãos do tempo...no eco dos muros.
Muito dificil comentar o que se deve sentir.
Um beijinho
Sonhadora
Somos assim, seres inquietos, presos a qualquer indício do tempo, em constante (re)construção de conceitos...
ResponderEliminarA sua poesia é motivadora.
Abraço
"A voz irrompe da obscuridade
ResponderEliminarcomo áspera face
reinventando a raiz do mundo"
Rompendo silêncios se constroem novos mundos.
O verso é a forma que dá novas formas ao poema, e o poema atinge a dimensão desejável para abrir novos caminhos às palavras que ainda não se ouviram nem viram a escolher o lugar certo para ficarem...
Talvez este seja o lugar ideal para elas se reinventarem com novas formas, sempre que te entregas a elas desta forma exacerbada mas desejada.
Sempre um prazer ler-te
beijo
Vim retribuir a visita, Filipe. Que beleza tua poesia! Seguindo... Abçs, Nydia
ResponderEliminarJá li duas vezes, salvo erro. Quando voltar, comentarei...
ResponderEliminarParafraseando-te
"No silêncio
as palavras amadurecem"
Bjo, POETA!
O que me ressaltou em primeiro neste teu poema foi o jogo de palavras pelo uso da repetição de algumas sílabas e/ou consoantes, assim como versos antitéticos, em sequência crescente ou decrescente em termos de semântica (como o grafismo bem patenteia) em detrimento da mensagem fosse ela mais ou menos explícita.
ResponderEliminarInfiro que fizeste um exercício mental propositado: um poema na sequência (ou em consequência) de pensamentos aninhados em versos/poema.
Um poema arte, este!
Um poema que se me afigura figurativo. Como tal, contemplo-o como se de uma pintura mágica se tratasse.
Título perfeito!
Já sabes o que penso da tua poesia/arte...
Bjo, amigo Filipe