À margem do tempo
Além do firmamento
A metamorfose das horas
Sussurrantes
ambrósias são nascentes
primordiais
Âmbulas de água
Clepsidras coloridas
Ampulhetas invertidas
Todas as fecundas
fontes são enigmas iniciais
«Um sopro e uma sépala de prata
Perene o pólen protege a entrada
Selene aguarda»
Extensas são as planícies Plenas
Plenos são os planaltos Extensos
São de jade os jardins
De jade e de jasmim
São secretas terras Vastas
searas em safiras semeadas
São recriadas Eras Safras
colhidas Recolhidas
em cristais
São veios que se estendem
e margens que confluem
em rubros cursos de
rubi
É a iluminante alquimia da cor na sua inédita
tonalidade
É a madrugada que arvorece em luminosas fulgurâncias
«Um sopro
sagrado e uma pétala de prata
Um rosto em
rubor Um divino rumor
Solenes passos
dobrando rosados adros»
Sobre os tempos sopram ventos madrigais
Incandescentes desígnios em descendimento
Ventos sobre o vento
Sussurrantes chamamentos
Evocantes coros celestiais
Agitando alturas
Alterando altares
Refirmando firmada morada
É o imóvel movimento das estátuas
formando veneradas formas
São sagradas gravuras
animadas figuras
utopias figuradas
de forma humana
É o culto milenar da esfinge e a inviolável candura da imortalidade
São os primitivos ritos
É o mito restituído à palavra como fluido intemporal
É o secular tributo do sonho como ínsito sentido do verso
«Um sopro e um luar de prata»
.
Voltarei...
ResponderEliminarNuma primeira leitura, onde te espraias em poeticidade, um poema focado na origem ou origens...
(veio-me à ideia a expressão "jardins proibidos", mas são eles os mais apetecidos...)
Bjo, amigo Filipe
Um cantar complexo e luxuoso à natureza e ao tempo aonde está também presente o sonho nas mais diversas formas...
ResponderEliminarbjos
Manuela
Jardim sagrado, tempos firmados
ResponderEliminarEm Lua sagrada (Luz), em beleza de jardins de Éden
Como uma profecia onde Deusas e Deuses
(são as personagens)
Resistentes jardins que se erguem em sonho.
Imortalidade do tempo
Pureza, amor, mas também impossibilidade.
Carregado de simbologia, mitologia.
Uma poesia digna dos Deuses, que palavra a palavra é
Como tesouro encontrado, encanta.
Adorei “ver” os jardins onde a lua e as pedras
Nascem…
Lindo!
Beijo
Um registo ímpar numa sempre bela construção poética.
ResponderEliminarO âmago do Ser assim disperso e simultaneamente contido numa pureza dispersa num culto milenar, a esfinge de que somos o que pensamos.
Absolutamente inesquecível!
Parabéns.
Os enigmas da origem dos tempos;as horas em sequentes
ResponderEliminarmudanças;a existência envolta em coloridos mistérios e o
indivíduo(persona) em esfinge indecifrável...
Os versos soprados na intemporalidade dos sonhos em
jade realidade.
Belíssimo, profundo e enigmático!!!
Bjo.
Gostei...
ResponderEliminarpoesia com sabor
com cor
com odor.
bjo
Gostei muito da metáfora das horas...o tempo e as palavras saboreadas em descontinuidade harmoniosa desse movimento de frases que não se alinham.
ResponderEliminarOlá, amigo poeta! E "Todas as fecundas fontes são enigmas iniciais" e todos os enigmas são palavras querendo falar, rostos por se iluminar. Belíssimo poema, onde cada verso traz uma reflexão em si. Gostei muito, parabéns!
ResponderEliminarbeijinhos
Poeta
ResponderEliminarO tempo é como o vento...leva as nuvens e deixa os sonhos que perduram para além do tempo...em imagens que acendem todas as lembranças...que guardam todos os silêncios onde gravámos todos os passos...Sublime como sempre ler-te.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Que primor! Sublime! Encatador!
ResponderEliminarBom fim de semana, bjs!
De uma autenticidade encantadora.
ResponderEliminarFlores.
Ual!
ResponderEliminarQue delícia de formato
e de conteúdo.
Seguindo seu blog,
não posso me perder daqui.
Bjs
Porque estava a escutar, enquanto te lia e relia, num desfrute pleno de emoções.
ResponderEliminarhttp://youtu.be/VTw-gndzqII
(Ilya - Bliss)
...E porque os relógios parados sustêm a respiração do tempo.
e és poema marginal soprado pelo luar prateado
...solene o momento em que te escuto os passos
...jasmim suspenso do jardim que cabe no teu peito de poeta maior que o sonho
um
b
e
i
j
o
Belíssimo!
ResponderEliminarabraço
cvb