Por detrás de um olhar (fechado)
esconde-se um mundo inteiro flutuando num frágil feixe de luz
às pálpebras cerradas desvelando
as formas caleidoscópicas do amor
Por detrás de um olhar (fechado)
esconde-se um mundo inteiro flutuando num frágil feixe de luz
às pálpebras cerradas desvelando
as formas caleidoscópicas do amor
Andamos
adentrando denso nevoeiro
Sentindo-nos
dispersos entre nossas próprias névoas
Algures
perdidos no tempo atravessamos a noite interior num andamento inacabado
Trespassando incessantemente esse dúbio espaço
por dentro acalentando tal negro remorar
No ardor
das fagulhas às cinzas soprando a
abrupta extinção das utopias
Se
fôssemos centro seriamos semente dentro
Seriamos
certamente uma singularidade
Uma
detonação circular irrompendo inesperada
Um
suicídio quântico impugnando a probabilidade
E
se essa singularidade nos unisse
Seriamos
certamente o imprevisto evento
A
implosão mais distante da uniformidade
Uma
luz luminar irradiando do centro, dentro ensombrando a luz angular
Se
fôssemos centro seriamos por dentro semente
Seriamos
infindavelmente
Uma
singularidade sobrevivendo à i/mortalidade