segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O Silêncio Oculto dos deuses


A voz silenciada     desde o início do tempo
o gesto estático dos deuses

O núcleo atómico do pranto de Hiroxima
E os corpos caídos nas planícies de napalm  
Os gritos sufocados de Auschwitz e o gás retido dentro da cal

O grande silêncio    o silencio maior     desde o princípio da Voz
o tempo estático de um rosto imóvel

Ao alto a morada inominada
Na terra a terra assim infértil
e o silêncio oculto dos deuses

O pensamento que se alonga como uma ogiva
um silogismo pertíssimo da implosão

Se os deuses são imagem, os Homens reproduzem-se
humanos e frágeis, sem competência para aperfeiçoar a criação 


1 comentário:

  1. Deve ser por essa incompetência, que os deuses se riem de nós...
    E a nossa humanidade a insistir que somos a supremacia. Nós, pouco ou quase nada sabemos do porvir.

    Beijo, Filipe, cuida-te.

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