sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

SOMENTE SILÊNCIO SÓ


(       Do silêncio nem um som     )


Na intacta respiração de um pós-verso
Perto se escuta silente mundo  

Somos silenciosamente só

O sussurro substantivo de uma incógnita
O verso disperso em esparso branco

Do ruído remanescente somos somente
A insonora lembrança de um timbre ausente

Os braços desgarrados como ramos que se enlaçam 
A voz cingida em cingido corpo 
A incerteza d´incorpórea fragilidade

Somos somente silêncio só

Somos só
O intacto som de um silêncio

(     Somente    )

                                                                                                                  .

7 comentários:

  1. Antes do verso o silêncio de SER só verso...

    Abraços,

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  2. Na memória, nada se perde
    Tudo se pode.
    E todos os silêncios são som
    Pertíssimo de todos os tempos
    Á distância de um pensamento
    São imagens sobrepostas a qualquer visão
    A solidão que se impõe na fragilidade
    De uma pergunta e, depois?

    Talvez, mais do que um som
    Mais do que este tempo.


    Como sempre, sublime.

    Beijinho

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  3. "Somos silenciosamente só...".

    E apenas silenciosamente é que somos, Poeta Grande.

    Teu poema é sublime.

    Abraços.

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  4. Existe na essência humana a solidão imponderável num
    traço enigmático do Ser e o silêncio é sua expressão
    musical (sonora) numa relação quântica de significados
    e vazios na (in)completude existência.

    Fiquei num silêncio profundo e emocionada com este
    teu magistral poema.
    Muito belo e sublime! Bjo.

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  5. Boa tarde Felipe.
    Um lindo poema, sempre passamos um tempo em silencio, acho ate que é bom ficarmos com a nossa propria companhia, logico por pouco período de tempo. Uma linda noite.
    Abraços.

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  6. Tanto se verseja sobre o silêncio e no silêncio! Silêncio: um dos termos mais polissémicos do léxico linguístico: inspirador e conspirador do eu poético. Sabemos que, denotativamente, o silêncio é a ausência de ruído; contudo, ele é o maior instigador dos processos da cognição; é nessa denotação que mais extraímos conotações linguísticas.
    Começo pelo título: este “só” tanto pode ser advérbio, reforçando o somente, como adjetivo, funcionando como personificaçao e mesmo hipálage – ausência de um outro; no entanto, o “subtítulo e o verso final, parecem remeter o leitor para a primeira interpretação. E é, precisamente nos momentos em que ignoramos o ruído e nos adentramos para um estado introspectivo que o sentir se agudiza, doendo-nos as dores de um real, perante o qual somos impotentes. Então sobrevém a essência nos versos traçados.
    No limite, poderia ver no poema o silêncio como o final corpóreo…
    Imenso este poema! O silêncio como uma narrativa com princípio, meio e fim.
    Como sempre, rico em recursos estilísticos. Como sempre, uma superior construção poética.
    PARABÉNS!
    BJO, Filipe :)

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