Dezasseis mil seiscentos e sete
Corpos submergidos
Imersos num ondular sepulcrário
Caídos no subsolo submerso
Onde se quedam esquecidos
Sepultados no mediterrâneo de um mar tumular
Dezasseis mil seiscentos e sete
Almas flutuantes da própria fé privadas
Deambulando perpetuamente por uma escuridão líquida
Desprovidas de apropriada luz
“Mare nostrum”, fúnebre berço europeu
“Mar branco do meio”, sitiado entre terras de esperança
Acolhe em teus braços, delicados corpos imersos
Dilui em vítreas águas, submersas lágrimas
Alumia nessa fluida contraluz, a devida vigília
Acalenta numa corrente incandescente,
a insurreição necessária
Dezasseis mil seiscentos e sete legítimas expectativas ceifadas
Dezasseis mil seiscentos e sete sonhos cessados ocultos
Dezasseis mil seiscentos e sete
Corporizando a ignomínia humana
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