tag:blogger.com,1999:blog-1228976735358722713.post4195129941875882334..comments2023-04-06T13:31:18.185+01:00Comments on Versos d´ Incerteza: O TEMPO CONTADO EM VÉSPERAS Filipe Campos Melohttp://www.blogger.com/profile/04597356773314980851noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-1228976735358722713.post-47706622216250873532016-06-05T15:23:43.288+01:002016-06-05T15:23:43.288+01:00Não havendo a noção de tempo linear com que estamo...Não havendo a noção de tempo linear com que estamos habituados a lidar, então o passado foi, é e será, o presente é, será e foi e o futuro será, foi e é. <br />Deste modo, o passado existe sempre (como o presente existe sempre e o futuro também). Como consequência, o esquecimento não é possível porque o passado não chega a ser algo que passou ou, tendo passado, também passa e passará, não sendo possível perdê-lo. <br />Todas estas possibilidades – de repente postas sobre a mesa – nos levam a interrogar o porquê da demora da chegada de algo (“Porque aguarda a madrugada?”) já que esse algo, se não é presente, há-de ser passado ou futuro e, sendo passado ou futuro é, também, presente.<br />Sob estas possibilidades, então o que é possível agora pode já ser verdade num outro tempo e as demonstrações do que agora se considera como uma hipótese já terem ocorrido. <br />Estamos perante um Ser e Não Ser em vez de um Ser ou Não Ser, onde o que existiu é e será, e o que existirá existiu e existe. Assim sendo, o nosso modo de sentir o tempo é “somente ilusão” e a ideia de predestinação toma a forma de uma impossibilidade, já que nada se pode prever num tempo que é simultaneamente todos os tempos possíveis não sendo, portanto, nenhum. <br />O tempo descontínuo é puro movimento aleatório, não dando margem para “definitivos silêncios”, nem para ruídos, nem para memórias, nem para regressos.<br />Mas se o tempo é assim tão imprevisível e multifacetado, estamos sempre na véspera de algo que será igual a tudo o mais: um presente que é também passado – e, também, futuro. Podendo estas vésperas serem substituídas por amanhãs ou hojes. <br /><br />Um poema complexo baseado numa ideia difícil de transmitir, já que toda a noção de espaço-tempo é confusa e altamente não-intuitiva, simplesmente porque é difícil imaginar o tempo como algo não-contínuo. <br />Os tempos sobrepõem-se, a própria noção de cada um dos tempos torna-se ambígua, a ordem é posta em causa, perdem-se as referências e, simultaneamente, há a situação estranha do vazio coexistir com a imensidão. <br />Um poema que nos faz pensar na própria noção de tempo, e no nosso lugar nele. <br /><br />C.M.Anonymousnoreply@blogger.com