segunda-feira, 21 de agosto de 2017

NULA VIDA VOLVERÁ






Um homem nocturno atravessa a noite               (soturna)
Um sopro soturno trespassa tal alma distante
Porquanto não regressará                                         
               
O tempo nunca retrocede     e ao amor jamais se regressa
Uma reminiscência é somente um andamento inerte -    Nula vida volverá


Um homem decaído decai num desencontro

Um amar nocturno à noite sopra             (silente)
Atravessando tal tempo distante
Porquanto nada se fragmentará             

Tempo retrocede nunca  -  Amor regressa jamais
Um vislumbre é somente um momento suspenso -    Nulo vento volverá


Um sopro nocturno atravessando tal noite distante                     
Suspende um homem sem regresso

A eternidade é uma ilusão brevíssima
O amor unicamente um tempo interior

2 comentários:

  1. "O amor unicamente um tempo interior"
    A mais clara e perfeita definição de amor.
    Mais um poema de assinatura única, a tua!
    Bj, amigo Filipe

    ResponderEliminar
  2. Não cito versos que me declinaram ao fascínio, pois, replicaria toda a poesia. Eu que soturna sou, indago (silente) ao meu próprio ser inóspito: o que completa a tão a priori solidão enraizada de ser humana? Agora, talvez, o que me completa seja o sopro nocturno de tua poética atravessando a noite de meu espírito; e a eternidade, o amor, o tempo, a utopia...

    Congratulo-te, Felipe Campos, pela obra de arte "NULA VIDA VOLVERÁ".

    ResponderEliminar