sexta-feira, 30 de março de 2012

O Traço Convexo do Tempo Arqueado




I.

«O tempo é um abismo
Um sismo repartido entre partes
O primórdio
O ocaso»


II.

Do princípio
Remanesce a memória


A melancolia das pétalas
pousadas          

A fragilidade dos trevos             
 ciciados

O traço convexo do verso          
arqueado


Sibilando envelhecidos ressentimentos
Revisitando enegrecidos momentos

Como evanescente clarão          em escurecida luz
Como irrecusado retrocesso      a desconexo lugar




III.

A poente
A memória remanescente


A perpétua invariância dos dias             
em repouso

A subtil indeterminância da hora
constante

O princípio da incerteza
                                                                             
Sem amanhã    ausente a manhã será


Incontestada é a decretada arbitrariedade
Assim como incontestável é a sua relatividade



IV.

«O tempo é um sismo
Um abismo sem alterância
Um acaso
Uma circunstância»



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