I.
«O tempo é um abismo
Um sismo repartido entre partes
O
primórdio
O
ocaso»
II.
Do princípio
Remanesce a memória
A melancolia das pétalas
pousadas
A fragilidade dos trevos
ciciados
O traço convexo do verso
arqueado
Sibilando envelhecidos ressentimentos
Revisitando enegrecidos momentos
Como evanescente clarão em
escurecida luz
Como irrecusado retrocesso a desconexo
lugar
III.
A poente
A memória remanescente
A perpétua invariância dos dias
em repouso
A subtil indeterminância da hora
constante
O princípio da incerteza
Sem amanhã ausente
a manhã será
Incontestada é a decretada arbitrariedade
Assim como incontestável é a sua relatividade
IV.
«O tempo é um sismo
Um abismo sem alterância
Um
acaso
Uma
circunstância»
.